Bolsonaro disparou a fagulha com sua declaração golpista de que pode não haver eleições, e está provocando incêndio nas relações institucionais. O que pretende mesmo o presidente. Apenas desviar o foco das investigações que apuram suposto esquema de propinas comandados por militares? Ou a imensa rejeição que está crescente?
Por Carlos Furtado/Tocantins 24h
Na esteira do que prega Bolsonaro, sobre não ter eleições se não tiver voto impresso, os comandantes militares liderados pelo ministro da Defesa Braga Neto, ajudaram a elevar a temperatura.
No mínimo é inoportuna as declarações golpistas, e agora Bolsonaro se irrita com as manifestações contrárias, tanto do Congresso, quanto dos partidos políticos, e até de políticos bolsonaristas. Dessa forma isola-se o presidente.
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Conforme avançam as investigações na CPI aperta o cerco ao grupo palaciano, não só dos militares instalados no Poder, como ministros e agora, Onix Lorenzoni, ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Qual o medo? Se nada há deixa investigar. Ou a CPI conseguiu puxar o fio do novelo de corrupção dentro do governo Bolsonaro? Pelo menos 70% da população acreditam que há corrupção em seu governo.
As declações sobre a eleições demonstram que Bolsonaro só permitirá eleições se for do jeito que ele quer. Entendeu? Ele permitirá. Espera um pouco, existe um sistema eleitoral brasileiro que o elegeu, agora vendo o aumento da rejeição e queda de apoiadores, hoje com 25%, que são aqueles que do jeito que estiver continuaram o apoiando, e o presidente desespera?
Ou é terror em saber que se a CPI avançar e comprovar as fortes suspeitas de esquema montado por militares em compra de vacinas e, com isso, o presidente veja esfacelada sua base, e, consequentemente, sem a mínima condição de reeleição, é que o faz esbravejar?
O certo é que com as manifestações contrárias ele não está conseguindo sustentar o autogolpe e tentar manter-se no poder. A CPI avança, denúncias de parentes sobre esquema de rachadinha, negacionismo, total falta de governo, a população se mobilizando, realmente deve ser desesperador para Bolsonaro ver seu poder esvaindo-se pelos dedos. Aliás poder que ele nunca soube usar de fato, apenas se beneficiou. Tipo pobre deslumbrado quando ganha na megasena e gasta em farras, carrões, passeios, esquecendo-se que quando o dinheiro acabar voltará a ser o que era antes. No caso de Bolsonaro, percebe que a "farra" está acabando e voltará a ser Jair.