A história do curso onde "é preciso saber viver!"
Tocantins 24h

 

Em comemoração aos 15 anos da UMA, no dia 26,  uma série de matérias sobre sua história, suas primeiras turmas e alunos, os números de seu crescimento e também da transformação que o projeto têm proporcionado não só aos idosos que participam desta ação de extensão, mas a todos que estão envolvidos com a proposta.

Por Ana Lissa Alves e Samuel Lima

No próximo dia 26 de fevereiro, o programa de Extensão Universidade da Maturidade (UMA), criado em 2006, completa 15 anos. Como forma de registro e comemoração, a Superintendência de Comunicação da UFT (Sucom), por meio de sua Redação, em conjunto com a assessoria de imprensa do programa, dá início nesta terça-feira (23) a uma série de matérias sobre a história da UMA, suas primeiras turmas e alunos, os números de seu crescimento e também da transformação que o projeto têm proporcionado não só aos idosos que participam desta ação de extensão, mas a todos que estão envolvidos com a proposta.

Humanização é o diferencial

"É preciso saber viver". O mote do refrão da música "É preciso saber viver", de Erasmo Carlos e Roberto Carlos já é jargão bem conhecido e embala a maioria das atividades de um dos projetos mais longevos e exitosos da Universidade Federal do Tocantins. Geralmente vestidos de amarelo, onde chegam (em solenidades e eventos institucionais ou não) eles chamam a atenção, não só pela quantidade, mas também pela alegria e idade.

Alegria é uma das marcas das atividades do programa (Foto: Fábio Almeida/Arquivo Sucom - 08jun17)

Nascido no colegiado de Pedagogia do Câmpus da UFT em Palmas e embasado no Estatuto do Idoso, o projeto de extensão teve sua primeira aula magna no dia 26 de fevereiro de 2006, depois de um processo seletivo com 50 vagas ofertadas e com 350 inscritos. A aula magna ocorreu no auditório do Senac, em Palmas; a sede definitiva da UMA, no Câmpus de Palmas, seria inaugurada apenas quatro anos depois (2010).

A ideia inicial do projeto UMA - e que ainda persiste - é a de "conhecer o processo de envelhecimento do ser humano para oferecer na  promoção  do  sujeito  que  envelhece  e  provocar transformações sociais na conquista de  uma  velhice  ativa  e  digna". O projeto foi elaborado pela professora Neila Barbosa Osório, que havia chegado de Mato Grosso do Sul, onde também já desenvolvia trabalho similar.

O programa de extensão Universidade da Maturidade (UMA) tem o objetivo de propiciar saúde, dignidade e oportunidades para cidadãos do último ciclo da vida - a velhice. A idealizadora e coordenadora do projeto, professora Neila Barbosa Osório, conta que a UMA tem um diferencial em sua proposta: “Ela atende a questão maior da humanização; ninguém precisa saber ler, nem escrever. Todo mundo tem que ter muita força de querer viver, criar uma nova perspectiva, ter um projeto de vida”.

Ao longo de 15 anos, o curso vem proporcionando uma metodologia diferenciada, com profissionais capacitados que têm atenção e respeito ao idoso. Neila conta que o projeto oferece novas concepções e desafios aos alunos: "A Universidade da Maturidade dá oportunidade para essa geração que tanto contribuiu para esse estado” e ressalta a importância desses idosos “Os velhos que estudam na UMA são cidadãos de primeira classe”.


A coordenadora aponta um dado importante: “Ela [a UMA] supera as nossas expectativas porque é o único curso da UFT em que não há evasão, existe invasão. Eles não saem da Universidade, eles não faltam às aulas, eles realmente amam o que eles fazem, eles têm fome de saber, de conhecimento”, diz.


Luz, restauração e gratidão

Hely Cardoso participa do programa UMA desde 2010 (Foto: Divulgação UMA)

Hely Cardoso, aluno da terceira turma da Universidade da Maturidade, é um caso de sucesso do projeto. O senhor, de 87 anos, faz parte da equipe da UMA há 12. Cardoso conta que conheceu a UMA em 2006, mas só começou a fazer parte do projeto em 2009, por insistência da esposa, e desde 2010 atua no setor pedagógico. “Falar da UMA é emocionante para mim. Eu comparo a UMA na minha vida com a luz, a liberdade. Eu estava fechado dentro de mim, [tinha] um futuro promissor que era, até então, desconhecido para mim. Hoje eu luto pelos meus direitos, dependo somente de mim, sou resiliente” conta Hely “Hoje chego a ficar sem entender quando olho para mim mesmo e vejo a capacidade que eu tenho, em todos os sentidos. Por incrível que pareça, eu readquiri o humor, a alegria”.

Hely é um dos ex-alunos que foi inserido novamente no mercado de trabalho com o conhecimento adquirido nos dois anos de curso. Ele afirma que, por meio do programa de extensão, transformou sua vida: “A UMA, na minha vida, simboliza restauração” e expressa sua gratidão: “Quando penso na UMA, quero que seja sempre um pensamento de gratidão. Eu me sinto pequeno em poder falar sobre a UMA, porque a UMA é muito grande”, resumiu. (Com colaboração de Fábio Almeida / Assessoria de Imprensa da UMA)




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