A mãe Rosana Auri da Silva Candido, 27, e a companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28, assassinaram o garoto Rhuan de 9 anos, na frente da irmã de 8. Há cerca de um ano, Rhuan teve o pênis cortado pelas mulheres. O procedimento foi feito em casa e, desde então, ele não foi a uma unidade de saúde.
Da Redação/Tocantins 24h
Elas viviam atualmente em Samambaia, a menina de oito anos vivia uma rotina de medo. Não ia à escola há pelo menos dois anos, e saía apenas para ir à igreja. Dentro da residência, tinha pouca liberdade e os sinais de maus-tratos eram visíveis.
De acordo com o Conselho Tutelar da região, as duas crianças eram maltratadas pelas acusadas e obrigadas a manterem relações sexuais entre elas. Viviam em cárcere privado, segundo constataram agora os conselheiros. No abrigo, a garota agradeceu pelas refeições e informou que só comia pão havia três dias. Há cerca de um ano, Rhuan teve o pênis cortado pelas mulheres. O procedimento foi feito em casa e, desde então, ele não foi a uma unidade de saúde. Aos agentes, as acusadas contaram que o menino queria ser uma garota e, por isso, o teriam mutilado.
Existe a suspeita de que, entre as motivações para o crime, estaria o corte da pensão da filha de Kacyla, uma forma de reduzir os custos.
O sofrimento da menina Kacyla chegou ao fim na manhã de ontem, quando a pequena conseguiu reencontrar o pai, o servidor público Rodrigo Oliveira, que a procurava havia cinco anos. Ele ficou sabendo do paradeiro da filha após a morte do irmão de criação dela, Rhuan Maycon, de 9 anos, que foi assassinado pela própria mãe, Rosana Auri da Silva Candido, 27, e pela companheira dela, Kacyla Priscyla Santiago Damasceno, 28, mãe da menina.
A "mãe" e a companheira. |
Kacyla fugiu com a filha de Rio Branco, no Acre, em 2014, junto com Rosana e Rhuan. Eles passaram por dezenas de endereços, como Trindade (GO), Goiânia (GO) e Aracaju (SE), até chegar ao Distrito Federal. Há dois meses, moravam em Samambaia, na casa onde o garoto foi assassinado e esquartejado. Ainda não se sabe se a garota viu o momento da morte de Rhuan, mas, ao chegar à delegacia, ela fez um desenho de um corpo ensanguentado com os órgãos de fora. Aos investigadores da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), as mulheres disseram que a menina dormia na hora do crime.
Rosana e Kacyla passaram por audiência de custódia na manhã de ontem. Ambas tiveram a prisão preventiva decretada e foram encaminhadas à carceragem do Departamento de Polícia Especializado (DPE). Esta semana, serão levadas à Penitenciária Feminina do Distrito Federal. “Elas responderão por homicídio qualificado, por motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima, e por se tratar de um menor de 14 anos. A pena varia de 12 a 30 anos de prisão”, informou o delegado à frente do caso, Guilherme Sousa Melo.
Ele acrescenta que as mulheres serão investigadas também por manter as crianças em cárcere privado e por lesão corporal. O investigador ressaltou que há suspeitas de que os meninos teriam sido agredidos em Goiânia (GO), um dos endereços usados pelas acusadas durante o período de fuga. Sousa Melo irá ao Acre na quarta-feira. “Vamos fazer um panorama externo das autoras e da vítima”. (Fonte: Correiro Braziliense)