Nesses dias de carnaval a prefeita de Palmas, Cínthia Ribeiro (PSDB) postou mensagens nas redes sociais sobre a superlotação das UPAs palmenses devido a total desestrutura da Saúde no Estado. Sem médicos, sem medicamentos, sem compromisso com os tocantinenses, o atendimento nos hospitais regionais virou caso de Justiça, mas em Palmas o secretário de Saúde orientou que os pais levassem seus filhos para serem atendidos nas UPAs.
Carlos Furtado/Tocantins 24h
Sabemos que Palmas passa por uma acentuada epidemia de dengue, e só isso já sobrecarrega os pronto-atendimentos, imagina com a avalanche de pacientes que não conseguiram ser atendidos no Hospital Geral de Palmas (HGP) e no Hospital Infantil Público de Palmas, os dois sob responsabilidade da Secretária Estadual de Saúde.
A sobrecarga nas UPAs gerou filas, demoras, mas mesmo assim os profissionais se desdobraram para que ninguem ficassem sem ser medicado. Ou seja, a Prefeitura de Palmas utilizou seus medicamentos, profissionais, estrutura para suprir o descontrole do Governo do Tocantins.
Mas, apesar de terem sido utilizados dinheiro dos impostos dos cidadãos palmenses em atendimentos para pacientes, inclusive de outras cidades, a secretaria municipal de Saúde não se furtou a prestar esse serviço básico ao cidadão e amenizar a dor de centenas de pacientes.
Mas cabe aqui dois pontos a serem analisados: primeiro, as postagens da prefeita Cínthia. Está certo que ela tinha que dar o alerta, agora olhar essas mensagens apenas pelo viés político, como demonstração de posicionamento contrário ao governador, deixando de lado o incansável trabalho para que todos os que procuraram as UPAs recebessem o atendimento possível, desmerece os profissionais. E outra, ficar ao lado desse governador pra quê?
Segundo, a saúde no Tocantins vem de muito tempo cambaleante, desestruturada, sendo roubada, sucateada. Mas o atual governador Mauro Carlesse (PHS) em sua campanha falou por várias vezes que iria resolver todos os problemas na área, mas o que vimos foi uma enorme incapacidade administrativa, aprofundamento da situação, e o resultado está aí: médicos pedindo demissão.
E o que fez a SESAU? Nada. Apenas recorreu a Justiça para obrigar os médicos a cumprirem 30 dias para poderem se demitir. Com isso instalou-se o caos nos atendimentos, principalmente em Palmas e Porto Nacional.
E a alternativa da Secretaria de Saúde do Tocantins foi admitir que o Hospital Infantil Público de Palmas está superlotado, e após uma médica, que estava sozinha no hospital para atender demanda tão grande, registrar boletim de ocorrência por falta de profissionais, falta de estrutura física e déficit na cobertura da escala de assistência pediátrica, o governo resolveu orientar que os pais levassem seus filhos apara as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básicas de Saúde.
A Sesau reconheceu sua incapacidade, não só de atendimento aos tocantinenses, mas em gerir e administrar a crise na saúde pública do Tocantins. E o governador Carlesse, bem, esse talvez nem saiba do que está acontecendo pois vive em outro mundo, rodeado por espertos políticos que pensam mais em suas próprias contas bancárias do que no povo do Tocantins.