Os participantes da plenária da IX Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente divulgou nessa quinta-feira (22), uma nota de repúdio ao ao áudio do vereador Lúcio Campelo, no qual, durante uma reunião na Câmara Municipal de Palmas, diz ser "à favor da pedofilia".
Da Redação/Tocantins 24h
Várias organizações participaram e discutiram a fala do vereador palmense, para eles configura um posicionamento machista que legitima e incita a cultura do estupro e se configura como uma violação aos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes.
Além de repudiarem a fala do parlamentar, os autores da moção exigem por parte da Câmara Municipal de Palmas a apuração e responsabilização do referido vereador, inclusive quanto ao decoro parlamentar.
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Entenda
A fala do vereador Lúcio Campelo durante uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Palmas ganhou grande repercussão. Isso por que durante a votação da criação da Semana de Combate à Violência e Abuso Sexual contra Crianças e Adolescentes, de repente um microfone do plenário vazou a fala do parlamentar em tom de deboche, “moço, eu sou é a favor da pedofilia”.
O caso ganhou grande repercussão após um vídeo viralizar nas redes sociais. Após a polêmica, o parlamentar se desculpou pelo “deslize”. Campelo alegou que a fala foi equivocada, e justificou que a atitude não é do seu comportamento. O vereador também disse que está disposto a “assumir e pagar” pelas consequência da fala.
Confira moção na íntegra:
Nós, participantes da IX Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, repudiamos o áudio do vereador de Palmas Lúcio Campelo, por ocasião da criação da Semana de Combate à Violência e Abuso Sexual contra crianças e adolescentes, aonde se pronunciou à favor da pedofilia, em reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Palmas.
Destacamos que este posicionamento machista, legitima e incita a cultura do estupro e se configura como uma violação aos direitos humanos sexuais de crianças e adolescentes.
É contraditório que o vereador represente um município cujos indicadores de violência sexual sejam alarmantes, pois apenas no ano de 2017 foram registrados 441 casos de violência sexual, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Considerando que este posicionamento parte de uma autoridade pública responsável pela elaboração e aprovação das leis municipais, exigimos por parte da Câmara Municipal de Palmas a apuração e responsabilização do referido vereador, inclusive quanto ao decoro parlamentar.
Assinam a moção:
Plenária da IX Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
Ação Social Arquidiocesana de Palmas (Asap)
Cáritas
Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca Glória de Ivone)
Centro de Direitos Humanos de Palmas (CDHP)
Centro de Educação Popular (CEP)
Conselheiros Tutelares de Palmas
Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fórum DCA TO)
Fundação Semear
Movimento Estadual dos Direitos Humanos (MEDH)
Rede Nacional de Aprendizagem Promoção Social e Integração (Renapsi)