Emoções perdidas: O primeiro beijo, o primeiro baile
Tocantins 24h
Foto: Ilustração
Olhando as fotos de carnaval e lendo as notícias, me veio algumas recordações. A modernidade "enterrou" muitas emoções, que a nova geração nunca saberá, ou sentirá, durante a sua existência.


Por Carlos Henrique Furtado

Hoje mulheres e homens se apresentam desnudos, nada há mais para ser "descoberto", está tudo ali, peitos, bundas, e muitas vezes até as partes íntimas. Ou seja, somos, enquanto humanos, seres na vitrine da vida. É pega ou largar.

Aí me veio as recordações de como em alguns anos atrás nos aproximávamos de uma mulher. Quem era tímido, muitas vezes usava um amigo, ou amiga, para mandar recado para a pretensa "namorada". 

As primeiras conversas, tímidas, desconcertadas, não existia um "manual" de como começar um relacionamento. O primeiro beijo. esperado, sonhado, imaginado. Ficávamos na dúvida de qual era o momento certo. Que momento deveríamos dar o beijo. às vezes a menina ajudava. Como? Aproximava o rosto, como não querer querendo. E aí aproveitávamos e dávamos o beijo. Era um momento de extrema coragem. Além, é claro de estar selando um relacionamento que estava começando.

O corpo toso sentia a sensação. A adrenalina pulsava em nossas veias. o coração disparava. O os corpos iam se aproximando, o calor ia aumentando, quando ficavam pertos, isso mesmo, pertos, muitas vezes não colados, pois a menina poderia ficar mal falada se alguém visse. Era sublime. podíamos morrer naquela hora, pois não tínhamos tido nenhuma sensação tão maravilhosa até então.

Após o primeiro beijo tudo ficava mais fácil. Tenho que destacar que geralmente após o beijo existia o pedido formal: você quer namorar comigo? E lógico que a resposta era sim. Pois a menina não beijaria se não estivesse querendo namorar. Ai a importância desse primeiro beijo. A pergunta era apenas uma formalidade. Mas tinha que ser feita.

A partir do beijo éramos inundados por uma gama dos mais variados e ótimas sensações. O dia demorava a passar. Tínhamos dia e hora para encontrar. Mas mesmo que não fosse o dia, dávamos um jeito de passar na porta, na casa de uma amiga, para olhar de longe, e esse trocar de olhares já era o bastante para voltarmos e continuarmos a sonhar.

A primeira festa


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Após o namoro estar sacramentado e oficializado através do beijo, existia a primeira festa que íamos como namorados. Geralmente era em um clube, ela ia com a família dela e o rapaz com os amigos.

O baile era dividido em seleções, uma hora era rock, estilo Elvis, outra samba, e por ai ia até chegar na mais esperada, as lentas. A menia na mesa dos pais, de vez em quando dava uma volta no salão com as amigas, mas não dançava, e o rapaz com os amigos esperando que a banda tocasse a seleção de músicas lentas. Começou,. Nos primeiros acordes, já olhávamos onde ela estava, e nos dirigíamos ao seu encontro.

Pegávamos em sua mão e a levávamos para o lado salão um pouco mais cheia, para os pais dela não verem direito. Colocávamos a mão em sua cintura e começávamos a dançar. Se sabíamos ou não, pouco importava, geralmente tínhamos treinados antes, durante dias, para não fazer "feio". Mas na hora mesmo era o que pouco importava.

Existia uma distância "pré-definida", nada de dançar encostado. Mas aos poucos íamos trazendo para mais perto, mais perto, mais perto....Quando conseguíamos sentir o movimento de suas coxas através do vestido de baile, era inesquecível. E falávamos baixinho, no ouvido. Ela respondia e o calor de sua boca começava arrepiando a nuca e descia por todo o corpo. Era quase um orgasmo!

Essas cenas são algumas das recordações que hoje ao ver o carnaval no Brasil, me vieram nítidas, em cores, com sabor e cheiro. Infelizmente as atuais gerações não sentirão essa que talvez seja uma emoção que ficará perpetuada em nossas memórias por toda uma vida.

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