Sem salário, professores do DF fazem feira para complementar renda
Tocantins 24h
Professores do DF, que estão sem receber salário,
organizaram no Parque da Cidade, uma feira para
vender roupas e sapatos usados, artesanato e comidas
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Um bazar com roupas, alimentos, produtos de beleza, cadernos, revistas em quadrinhos e ouros produtos foi a forma como os professores da rede pública de ensino do Distrito Federal encontraram para chamar a atenção para a grave situação da categoria. Com os salários de dezembro, 13º e férias atrasados eles decidiram realizar a feira e tentar arrecadar dinheiro para ajudar a pagar as contas em atraso.
Agência Brasil

Convocado pelo Facebook, o evento acontece neste sábado (10) no Parque da Cidade e foi batizado de Feira dos Professores – sem salário, 13º e férias – do Distrito Federal. A feira atraiu diversos profissionais insatisfeitos com a forma como a categoria está sendo tratada, além de frequentadores do parque.
A professora de matemática, Ana Cristina Moreira contou com a ajuda dos familiares: a irmã preparou doces para serem vendidos durante a feira. “Nós [os profissionais de educação] nos preparamos para nos doar para a sociedade e é isso que recebemos”, disse a professora que classificou o atraso no pagamento dos salários como constrangedor. Já passamos um ano estressante e no período em que deveríamos estar descansando, acontece isso. Eu estou contando com o auxílio da minha família para pagar as contas, mas e quem não tem quem ajude?”, questionou.

A professora de língua espanhola, Flávia Werneck, criadora do evento, disse que a iniciativa é realizada de forma independente sem “bandeiras sindicais ou partidárias” e visa expressar a indignação frente ao descaso com o professor. "Este é um ato simbólico, nós não temos a pretensão de arrecadar dinheiro para pagar todas as nossas contas. É muito triste na verdade este cenário e é um alerta para a sociedade, em geral, para que eles tenham noção daquilo que estamos passando. É um absurdo completo que a gente tenha chegado a este ponto”, criticou a professora. “O professor precisa lançar mão disso aqui [venda de produtos] para complementar a sua renda, portanto isso aqui já é uma realidade pra ele”, complementou a professora.

A iniciativa chamou a atenção das pessoas que passavam pelo parque neste sábado. O servidor público João Carlos Correa foi um deles. Ele disse que ficou sabendo do evento pela rede social e resolveu prestigiar a categoria. Correa comprou um caderno para a filha das mãos da professora de artes Vânia Cavalcante que trabalha em uma escola do Gama. “A gente veio aqui para isso [apoiar os professores]. Nossos filhos estão nas mãos deles e eu acredito que o mínimo que o estado deveria fazer é não atrasar os salários. Não estou falando nem de aumento que também deveria ocorrer, só do básico mesmo que é o pagamento em dia”, disse Correa à Agência Brasil.
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