"Ela (amiga) dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu tinha que fazer", relatou. "E esse plano era corrigir os meus filhos e que, se eles fizessem alguma coisa errada, tinham que ser castigados. Eles tinham que apanhar."
No dia do crime, 4 de março, a menina, que já havia sido espancada, foi colocada ainda com vida no porta-malas do carro durante a madrugada como um processo de purificação. Pela manhã, Vanessa pediu para Giulia que a retirasse, mas ouviu da amiga que "Deus quer que ela fique um pouco mais".
A ossada da criança ainda está no Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel e deverá ser liberado somente após os resultados do exame de DNA, o que deve levar dois meses.
Crime. A dupla contou à polícia que esse procedimento - de espancamento - fazia parte de um ritual de purificação para tirar um suposto demônio que havia na garota. No dia seguinte, 5 de março, as duas abriram o porta-malas e a encontraram sem vida.
"Tiramos Maria Clara do carro e levamos para casa. Ela me disse para sair e deixá-la fazer respiração boca a boca. Depois de dez minutos voltei para o cômodo e vi que ela estava morta", contou, conforme depoimento exibido pela emissora CATVE.
Depois disso, elas foram até uma localidade em Santa Tereza do Oeste, a 517 quilômetros de Curitiba, e a enterraram em uma cova com 50 centímetros de profundidade.
Vanessa também é mãe de uma garota de dois anos que testemunhou todas as cenas. "No carro, levamos a Emily na cadeirinha e a Maria Clara no porta-malas."
Após o desaparecimento de Maria Clara, o pai da criança fez um boletim de ocorrência e procurou o Conselho Tutelar. O crime só foi descoberto nesta segunda-feira, 28.