O escândalo Covaxin. Por quê Bolsonaro não pediu investigação?
Tocantins 24h

 

O Estadão denunciou na terça-feira, 22, superfaturamento na compra da vacina Covaxin. Documentos mostram que o governo comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que era oferecido pelo laboratório, seis meses antes.

Por Carlos Furtado/Tocantins 24h

Após a denúncia começou uma guerra de versões e contradições. Apesar de há cerca de um mês o Ministério da Saúde ter incluído a Covaxin como adquiridos, o ministro Quieroga  afirmou, nesta quarta-feira, 23, que não comprou nenhuma dose.

Comprou mas não pagou devido a denúncia do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), mas foi encomendada e já tinha nota de empenho para que fosse realizado o pagamento, conforme apresentou o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrugues (Rede-AP).


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Segundo a procuradora da República Luciana Loureiro, o governo emitiu uma nota de empenho –uma autorização para os gastos– no valor de R$ 1,61 bilhão, que corresponde ao total contratado para o fornecimento de 20 milhões de doses da Covaxin.

Apesar da negativa do minstro da Saúde de compra da Covaxin, o deputado Gustavo Fruet (PDT/PR) pediu informações ao Ministério quais vacinas foram compradas.  "A resposta do Ministério da Saúde ao pedido de informações que apresentei confirma a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana", disse Fruet.

O deputado apresentou a relação de vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde:

Astrazeneca / encomenda tecnológica - 100,4 milhões

Astrazeneca / importação TED Fiocruz - 12 milhões

Covax Facility - 42.511.800

Coronavac - 100 milhões

Sputnik V / União Química - 10 milhões

Covaxin / Bharat Biotech - 20 milhões

Pfizer - 100.001.070

Janssen - 38 milhões

"Depois de mentir na propaganda oficial sobre o número de vacinas compradas, agora o governo tenta negar a compra da Covaxin", destacou o deputado.

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) afirmou ter alertado Bolsonaro e o então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, em 20 de março, após ter sido assinado contrato de compra da Covaxin, que poderia estar ocorrendo um suposto esquema de corrupção. 

A atitude esperada era que o presidente encaminhasse denúncia à Polícia Federal para que fosse investigado, se comprometeu  a fazer, mas nada fez.

E em meio a mais um escândalo a tropa de choque do governo, mas precisamente o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, adotou postura intimidatória contra o deputado denunciante ao dizer que a denúncia  era  "a maior fake news já produzida no Brasil".

O Ministério Público Federal (MPF), que investiga suspeitas envolvendo a compra da Covaxin, afirmou ver indícios de crime e “interesses divorciados do interesse público” na contratação. A procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira, do Distrito Federal, decidiu enviar parte da apuração para a área criminal do MPF.


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