“Perdi meu filho por idiotice”, diz pai de jovem de 13 anos morto com choque em fazenda no Tocantins
Tocantins 24h

Frederico Remus, 47 anos, morador em Brasília, estava com esposa e filhos em fazenda da família no Tocantins. Um acidente, ou exemplo de omissão dos orgãos de fiscalização em deixar à venda produtos sem qualidade, matou o filho João Vitor Remus, 13 anos, que sofreu descarga elétrica ao utilizar uma extensão.

Da Redação/Tocantins 24 horas

 Tudo ia bem, até que, na noite de 28 de julho, João Vitor Remus, de 13 anos, precisou utilizar a extensão na qual a irmã, 12, carregava o celular. Ao tirarem o carregador da tomada, os pinos se soltaram do equipamento e, quando João foi pegar a extensão, encostou nos pinos, recebendo a descarga elétrica.

Após 10 dias internados, João não resistiu ao choque, falecendo em na última quinta-feira (6/8), em Palmas.

“Meu filho perdeu a vida por uma idiotice. É doloroso”, desabafa o pai. Frederico ainda não se conforma da forma como perdeu o filho. “Essa dor é insuportável. Ela é física, ela dói. E por causa de um acidente banal, sabe?”.

Para o pai, no entanto, somente as boas memórias que ficam. Descrevendo João como alguém “muito à frente do tempo dele”, relembra de como o filho gostava de conversar com pessoas mais velhas. Para Frederico, o seu “moleque” era o melhor, e sabe bem qual imagem vai levar sempre do filho.
“O que ficou dele é o sorriso bonito e largo”, relembra.

O fazendeiro conta que o filho ajudava nos serviços pesados do negócio da família, no qual o pai fazia questão de envolvê-lo.

“Eu trocava ideia com ele, perguntava: ‘O que você acha? O que nós vamos fazer?’. Queria que ele se sentisse à vontade no negócio”. O intuito era que João e a irmã tomassem conta das terras da família. “Tudo que eu fazia na vida era pensando que ele seria meu sucessor”, revela Frederico.
“Em outro plano”

Segundo os pais de João, o apoio de familiares e amigos próximos tem sido fundamental para trazer algum alento. Além disso, os pais e a irmã também buscam conforto na espiritualidade. “Queremos crer que ele está num plano muito melhor que esse aqui”, revela.

A tática tem sido usada, inclusive, para superar qualquer possível trauma. Isso porque a irmã de João, a quem a família prefere proteger a identidade, viu todo o episódio que culminou na morte do garoto, chegando a encostar nele na tentativa de tirá-lo da tomada.

“Eu disse duas coisas para ela: ‘Deus te preservou para mim. Porque você tentar salvar seu irmão foi lindo, maravilhoso, mas você expôs sua vida”, conta Frederico sobre a conversa que teve com a filha. “E a outra coisa é que agora ele está com duas pessoas lá em cima. Estão se matando de rir e a gente se matando de chorar aqui”, imagina o pai, se referindo aos avós das crianças.

Ainda segundo o patriarca, a esposa e mãe das crianças, Kelen, prefere crer que João está num ambiente ainda melhor.

“Às vezes, foi um livramento do que estamos vivendo aqui”, conta. O casal também avalia tomar outras providências, até como forma de superar o acontecido, “sabendo que a gente tem que fazer algo em prol para isso não acontecer de novo com ninguém, para ninguém passar por uma dor dessa”, exclama Frederico.

(Fonte: Metrópoles)

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