A Força das Instituições
Tocantins 24h

No Estado democrático de direito, a tomada do poder pelo poder tem consequências. Segundo o Ministério Público Eleitoral, os atuais mandatários do Poder Executivo, "eleitos" nas eleições suplementares, se aboletaram no Palácio Araguaia jungidos pelo abuso do poder econômico, dentre outras tantas irregularidades cometidas em afronta a Lei Eleitoral de regência, causa e efeito do pedido de cassação do Governador e de seu Vice.



Por César Simoni

No entanto, a demora da prestação jurisdicional, sem transferência de culpa ao Egrégio Tribunal Eleitoral, mas sim, a exiguidade do tempo transcorrido entre uma e outra eleição, certamente acarretará a iniqüidade da punição. Sim isso é parcialmente verdadeiro. No entanto, certamente o Ministério Público Eleitoral haverá de concluir, que a tomada do poder pela forma como foi feita, por certo comprometeu, também, as eleições ordinárias de 07 de outubro.


Com a máquina estatal na mão, dela se fez uso para amplificar o abuso do poder econômico e do próprio poder do Estado em relação aos eleitores. A grande maioria dependente do Poder Público, diretamente, ou por derivação. Somando-se a isso, surge então as malas de dinheiro encontradas em um veículo da Assembleia Legislativa. Outro milhão em um veículo apreendido na rodovia que interliga a Capital a Porto Nacional, e o contrato milionário da empresa do pai do Deputado Olinto, para coleta de lixo hospitalar da forma criminosa como já amplamente noticiado.


Ao que tudo indica, nova ação para cassar o Governador e seu vice já deve estar na tela do computador. É o jeito. Tantas eleições serão feitas até que os descomprometidos com a ética, com os bons princípios e com a observância a moralidade pública culminam por entender o surgimento da nova era. Onde o princípio de regência dever ser de que o Poder deve ser exercido em nome do povo e para o povo, e não para os apadrinhados e os quadrilheiros de ocasião.


Nesse cenário dantesco desponta o Poder Judiciário de fato independente, onde Juízes que honram as togas, não se intimidam com o Poder alcançado pelo poder. Expedem mandados de buscas, deferem e execução de diligências e por certo darão início aos processos cíveis e criminais de estilo. Por sua vez, os Ministérios Públicos Federal e Estadual não fazem por menos.


Os valorosos Procuradores da República e os destemidos Promotores de Justiça, sempre que constituída a prova, não deixam de ajuizar as ações pertinentes em busca da punição dos culpados. E por fim, as Instituições policiais, seja a Polícia Federal, seja a Polícia Civil, não se intimidam com os pretensos donos do poder. Neste particular, peço permissão para destacar a Polícia Civil do Tocantins. Esses homens e mulheres de bem estão fazendo história. Cumprindo sua missão Constitucional na forma da Lei, ainda que as hordas palacianas a todo tempo e a toda hora lhes ameacem de expúria e descabida intervenção.


Tenho orgulho de ter caminhado por três anos e três meses ao lado desses valorosos policiais. Parafraseando em parte, o imortal cantor Argentino Horácio Guarany:  "...Que se levantem todas as bandeiras. Que mil guitarras desangren em la noche una imortal cancion Al infinito", para que fique registrado na história deste Estado que o legítimo Poder das Instituições não se curvaram as pretensos donos do poder.

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