"Ninguém sabe de nada", conclui vereador sobre depoimentos na CPI do PreviPalmas
Tocantins 24h

Os vereadores ficaram insatisfeitos com as respostas do ex-secretário aos questionamentos. Em várias ocasiões Zini foi perguntado sobre o porquê da obrigação de sua assinatura nos ofícios, uma vez que ele alegou não ter o conhecimento necessário para autorizar investimentos. A resposta era sempre a mesma, de que ele estava seguindo uma formalidade.



Da Redação/Tocantins 24h


O ex-secretário municipal de Finanças, Christian Zini, foi ouvido na noite desta quarta-feira, 28, ele prestou depoimento durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades nas aplicações realizadas pelo PreviPalmas nos fundos Tercon e Icla Trust (Cais Mauá).


Zini foi  respondeu as perguntas do presidente da CPI, Professor Júnior Geo (PROS), do vice-presidente Vandim do Povo (PSDC), do relator Marilon Barbosa (PSB) e dos membros Léo Barbosa (SD) e Gerson Alves (PSL). Participaram ainda os vereadores Tiago Andrino (PSB), Filipe Fernandes (PSDC), Milton Neris (PP) e o presidente da Casa, Folha (PSD).


O ex-secretário é responsável por uma das assinaturas nos ofícios enviados à Caixa Econômica Federal autorizando as transferências feitas aos chamados “fundos podres”. Os valores transferidos somam R$ 50 milhões. Pela regra do PreviPalmas são necessárias três assinaturas para autorizar as transações bancárias, mas apenas duas foram utilizadas: uma de Zini e outra do ex-presidente do instituto Maxcilane Fleury.


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Questionado sobre essa regra o ex-secretário afirmou que cabia ao instituto e não à Secretaria de Finanças encaminhar os ofícios à Caixa. “Não era de nossa responsabilidade colher ou conferir as assinaturas”, disse. Zini declarou que o PreviPalmas, enquanto autarquia, possui poderes para gerir a si próprio, sem interferências do Executivo e que sua assinatura nos ofícios atendia apenas ao ato delegatório expedido pelo ex-prefeito Carlos Amastha.


Durante o depoimento, o ex-secretário afirmou desconhecer informações sobre os rendimentos dos fundos e que assinava os ofícios com base no Certificado de Regularidade Processual fornecido pelo próprio PreviPalmas. Disse ainda que não participava das reuniões do Conselho de Previdência do Servidor Público Municipal e que não recebia os relatórios dos técnicos do instituto.


“Ninguém sabe de nada”
Os vereadores ficaram insatisfeitos com as respostas do ex-secretário aos questionamentos. Em várias ocasiões Zini foi perguntado sobre o porquê da obrigação de sua assinatura nos ofícios, uma vez que ele alegou não ter o conhecimento necessário para autorizar investimentos. A resposta era sempre a mesma, de que ele estava seguindo uma formalidade.


Perguntado sobre as taxas dos bancos, Zini respondeu não ter conhecimento técnico sobre o assunto e alegou que não cabia à Secretaria de Finanças a análise de rendimentos e riscos dos fundos, sendo, segundo ele, de total responsabilidade do instituto. Júnior Geo então leu um documento assinado pelo ex-secretário, dando ciência dos riscos do investimento no Cais Mauá, autorizado por ele. Mas Zini insistiu não ter conhecimento.


Os vereadores Léo Barbosa, Milton Neris e Filipe Fernandes estranharam as respostas da testemunha e em várias ocasiões se manifestaram insatisfeitos com o que ouviram. “Eu nunca assinaria um documento sem saber o que estou assinando”, disparou Neris. “As respostas das principais testemunhas são sempre as mesmas, ninguém sabe de nada. Estou ficando preocupado porque quero saber quem é sabe”, ressaltou Fernandes.


O ex-presidente do PreviPalmas, Maxcilane Machado Fleury deve ser intimado com o auxílio do Poder Judiciário. Nesta quinta-feira, 29, está prevista a realização da oitiva com o ex-diretor de investimentos do instituto, Anísio Gomes Dotor.

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