Para a Justiça eles são ficha limpa, mas para o eleitor nem tão limpa assim
Tocantins 24h

O projeto "Ficha Limpa" define que o político após a condenação não poderá se candidatar, mas sera que essa é a mesma percepção do eleitor?

Carlos Furtado/Tocantins 24h

O grande número de abstenções, votos brancos e nulos, no primeiro turno da eleição suplementar chamou a atenção e preocupou muitos políticos. Quando quase 50% do eleitorado tocantinense preferiu "repudiar" os candidatos  e abrir mão da escolha, melhor, escolheu nenhum, deixa claro que os candidatos que se apresentaram para disputar o governo do Tocantins para o mandato-tampão não agradou, ou não tiveram a confiança do eleitor.


Muitos discursos "Eu sou ficha limpa". Pela Justiça sim, mas alguns são investigados ou estão respondendo inquérito por corrupção, desvios de dinheiro público, entre outras mazelas tão comuns aos políticos brasileiros.


Para nos atermos apenas aos dois candidatos que disputam o segundo turno, que são "ficha limpa", vemos que ambos estão sendo investigados. O governador interino Mauro Carlesse (PHS) tem uma grande lista de processos além de prisão por não pagar pensão. Como o eleitor pode confiar num candidato, hoje "bonzinho" mas que não respeitou as leis no seu passado recente? Como pode o leitor do Tocantins acreditar que após tantas artimanhas para enriquecer, burlando a ética, a moral, e, principalmente, a honestidade, tenham Carlesse se "convertido" e irá (caso vença) governar o Tocantins dentro dos preceitos de lisura?

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O senador Vicentinho Alves (PR) também é "ficha limpa", mas como seu adversário responde inquéritos. Suspeitas de problemas em licitação como primeiro secretário da mesa do Senado. Delação de um diretor de empreiteira sobre entrega de dinheiro à sua esposa em desvios das obras da ferrovia Norte/Sul.


Vicentinho não foi condenado, pelo menos ainda, mas será que para o eleitor a suspeita de ilícitos não gera desconfiança? Verdade que está sob investigação, mas se vence a eleição e ali na frente a Justiça comprova as suspeitas e o condena. Isso que o leitor já cansado, de ser "enganado". Afinal, Marcelo Miranda (MDB), o governador cassado pela segunda vez, também respondia processos, não tinha condenação, mas olha a situação em que nos deixou. Uma administração medíocre, e novamente cassado nos jogou nesse abismo de incertezas.


A Justiça demora muito a concluir seus inquéritos, enquanto isso os políticos correm para manterem foro privilegiado e dessa forma, protelarem o máximo que puder qualquer condenação que o retire da política, pelo menos por 8oito anos. Mas o eleitor cansado de esperar agilidade da Justiça, decidiu abolir, ou pelo menos demonstrar, que não acredita nesses candidatos.


Infelizmente um dos dois será eleito, que seja o menos pior, se é que algum deles pode ser assim definido. Mas com certeza o eleitor mais uma vez deverá demonstrar, quando os votos forem apurados, que a maioria não compactua com o jeito de fazer política desses candidatos.


Se o político estiver respondendo processos, ou sob investigação, deveria, em respeito aos eleitores, não se candidatar. Mas isso é utopia num País corrupto em que os políticos enriquecem com o dinheiro público, e ter mandato significa prolongar as investigações. Só restou ao eleitor declarar sua descrença. Portanto, não se assustem se no dia 24 de junho  os índices de insatisfação ultrapassarem os 50%, na forma de abstenções, nulos e brancos.

PRONTO, FALEI.


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