Alex Botelho, pres. Sindicato Rural de Dianópolis, fica indignado em ver caixas d'água no depósito enquanto o produtor rural passa sede. Foto: Carlos Furtado |
Por Carlos Henrique Furtado
A região do Varjão, Malhada e Tucuzinho, que representam 70% da zona rural, estão em situação de calamidade. "As crianças estão bebendo lama, água esverdeada", declarou um produtor rural que pediu para não ser identificado. Outra região que a partir de quarta-feira, 17, começou a pedir socorro é a Malhadinha.
As regiões citadas ficam distante de córregos e as barragens que foram construídas já estão secas. Resta a esses trabalhadores rurais pedir socorro a prefeitura dianopolina para que enviem caminhões-pipa.
Conversei com o secretário de Administração, Xinofonte Pereira, que também é coordenador da Defesa Civil no município, e me explicou que a prefeitura tem 02 caminhões-pipa, que são utilizados para molhar ruas ainda sem asfalto, e que estão agora levando água para os assentamentos. "Temos quatro rotas para a zona rural, a cada 2,3 dias os caminhões passam abastecendo", declarou Xinofonte.
É pouco. Já que o agricultor não tem recipientes em tamanho adequado para armazenar a água. Questionamos com o secretário o que mais a prefeitura poderia fazer. Contratar mais caminhões para levar água? Comprar caixas d'água e doar para que os moradores consigam ter mais água e poder aguardar a chegada do próximo caminhão? Decretar emergência? Nada. Nada mais pode ser feito.
Caixas d'águas empoeiradas em depósito da prefeitura de Dianópolis. Foto: Carlos Furtado |
Enquanto isso, muitas caixas d'água do Governo Federal do programa Tocantins Sem Sede, que recebeu 90 milhões, estão secando ao sol em um depósito da prefeitura, esperando a tão falada instalação, que segundo propaganda política, irá resolver o problema da seca na zona rural. Pode até ser, mas quando a ATS - Agência Tocantinense de Água irá fazer a instalação? O governador Sandoval Cardoso já levou um puxão de orelha do ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, por não ter cumprido nem 10% da instalação das cisternas.
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O presidente do Sindicato Rural de Dianópolis, Alex Botelho, que acompanhou a reportagem ficou indignado ao ver tantas caixas d'águas abandonadas em um terreno enquanto o produtor rural passa por essa situação humilhante. "É triste ver a situação do nossos amigos da zona rural não ter água para fazer a comida, não ter água para dá de beber a seus filhos, vê as suas criações morrendo de sede. É muita irresponsabilidade do governo estadual. Precisamos urgentemente encontrar uma solução. Não podemos ficar de braços cruzados", falou Alex Botelho.
Segundo levantamento do Sindicato Rural de Dianópolis, é necessário conseguir pelo menos 10 caixas d'água de 50 mil litros, para serem colocadas em pontos estratégicos nos assentamentos , para que o caminhão-pipa da prefeitura faça o abastecimento, e a população rural possa aguardar a ida do próximo caminhão.
É lastimável! É vergonhoso!
Espero que não aparece nenhum político-babaca querendo tirar proveito dessa triste situação para conseguir votos em troca de promessas.