Uma rica história no coração do Brasil
Tocantins 24h

Foto: Luciano Ribeiro
Quando o padre Capuchinho Frei Rafael de Taggia desembarcou em Pedro Afonso no dia 26 de julho de 1847 para catequizar os índios Krâos, dando inicio a povoação na região, nem imaginava que aquela localidade produziria anos depois um dos maiores legados históricos e culturais do Brasil Central. Ao longo de 167 anos de fundação, a cidade tem muito o que mostrar.
Da Redação

De inicio o município agrupou uma das mais numerosas populações nativa no coração do país e, economicamente era estratégica, pois no auge do comércio da borracha em 1910 a Bahia fazia intercâmbio com o baixo Araguaia, utilizando do rio do Sono para escoar mercadorias, tornando o porto local, o maior do alto sertão.

Pedro Afonso tinha a maior extensão territorial, população e arrecadação tributária, bem como o maior rebanho bovino do Norte Goiano. “O município de Pedro Afonso era enorme, meu marido trabalhou na Sucam, e se ausentava de casa atendendo a demanda da região durante dias”, recorda à pensionista Loura de Souza Rocha, 81 anos.

A pujança econômica determinou também as dolorosas tragédias, trazendo bandidos de vários locais que se apropriaram das nossas riquezas e do poder político. Abílio Araújo, Cipriano Rodrigues e Sargento Penteado são lembrados por escreverem em Pedro Afonso os capítulos mais violentos do sertão goiano no século XX.

“Meu pai, Antônio Joaquim Pires Martins, sempre falava sobre estes episódios trágicos, gostava de relatar a passagem dos revoltosos da Coluna Prestes que aqui passaram em 1926, onde toda a população com medo se escondeu nos matos e fazendas, inclusive ele”, lembra a professora aposentada Nereida Martins, 82 anos.

E bem verdade que a cidade sempre superou suas tragédias, o Estado deu reposta aos malfeitores, instalando obras estratégicas para que Pedro Afonso se consolidasse como a capital administrativa do norte de Goiás, implantando o Correio Aéreo Nacional (CAN), a 4º Companhia de Policia, Inspetoria da Fazenda, Colégio Cristo Rei, Tiro de Guerra, entre outras benfeitorias.

Porém, com a implantação da rodovia Belém-Brasilia nos anos 70, a cidade não foi contemplada num primeiro momento com os investimentos necessários para o seu pleno desenvolvimento perdendo a Diretoria de Ensino e sua Companhia de Policia para os municípios do novo ciclo econômico da rodovia.

Com a expansão agrícola no país na década de 90 a cidade foi contemplada com o projeto Prodecer III, redefinindo seu destaque de outrora no cenário econômico na região norte do país.

Em 2007 a mais sonhada obra, a ponte sobre o Rio Tocantins tornou o processo de desenvolvimento irreversível, logo chegou a Usina da Bunge, gerando um crescimento acentuado nos últimos anos, e a atual expectativa coletiva do momento: a implantação de um campus da IFTO para qualificar a mão de obra local, passou a chamar ainda mais a atenção dos investidores do país para o município de Pedro Afonso.

Fonte: Fabricio Rocha/Centro Norte Notícias

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