Donizeti Nogueira (de chapéu) em eventos da coligação "A Experiência Faz a Mudança" |
Por Carlos Henrique Furtado
A decisão foi tomada levados pelo descontentamento "de alguns petistas porque o partido decidiu apoiar a coligação 'A Experiência Faz a Mudança', do ex-governador Marcelo Miranda e da senadora Kátia Abreu, ambos do PMDB, além de indicar o ex-presidente regional Donizeti Nogueira como primeiro suplente ao Senado".
A falta de comunicação entre os diretórios estaduais e municipais, foi outro agravante que segundo militantes gurupienses, agravaram o descontentamento com a coligação feita pelo PT com Marcelo Miranda. “O diretório de Gurupi não foi chamado e nem avisado que haveria convenção estadual. Eles [diretório estadual] fazem as coisas camufladas, debaixo dos panos, nós não fazemos parte desse tipo de acordo”, disse o militante, se referindo ao acordo do PT em apoiar Marcelo e Kátia.
O fato da coligação do PT com Marcelo Miranda ainda foi agravado, no entendimento dos petistas gurupienses, por não terem sido avisado da convenção estadual do partido.
Segundo informações, "existem muitos filiados indignados com as manobras que existem no PT em torno de Donizeti e Kátia Abreu. Kátia Abreu 'mete o cacetinho' no PT hoje e amanhã está junto com Donizeti. Eu e 28 pessoas do diretório não apoiamos isso, e muitos filiados também não apoiam”, assegurou Edenis de Oliveira Fautino.
E não faltaram acusações: "Na verdade, o atual presidente [estadual, Júlio Cesar] é 'marionete' do ex-presidente [estadual, Donizeti Nogueira], ele [Júlio César] é um presidente disfarçado, não manda em nada”, disparou. Ao falar sobre a atual união de Donizeti e Kátia, Lindomar afirma que não entende como duas pessoas que se atacavam no passado, agora “estão comendo no mesmo prato”, disparou Lindomar Nunes Barros.
O fato é que grupos dentro do PT discsordam, há muito tempo, dos posicionamentos tomados por Donizeti Nogueira, quando presidente regional da sigla, e continuam com relação ao atual presidente Júlio César, que foi eleito pelo grupo de Donizeti.
O petista fundador do PT no Tocantins, Célio Moura, por algumas vezes demonstrou o descontentamento de grande parte dos filiados, e da manipulação que Donizeti vem fazendo em benefício próprio. Até o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, que sempre foi ligado a Donizeti, e participou de muitos desses acordos que são questionados pelos filiados, recentemente também disparou contra Donizeti Nogueira, ao ser "limado" do acordo feito com Marcelo Miranda.
Mas bastou uma matéria publicada em que também acusava Donizeti e Júlio César de manipulação, para que rapidamente se "encontrasse" uma vaga de candidatura a estadual para Paulo Mourão.
O certo é que o grupo que hoje dirige os rumos do PT tocantinense, não tem controle sobre o partido e sua grande maioria de filiados. Podemos até dizer, que quando Marcelo Miranda faz o acordo com o PT, na verdade fez acordo com um pequeno grupo comandado por Donizeti Nogueira, e perceberá isso na campanha quando visitar os municípios.
É triste ver o partido se esfacelando, "agonizando" em público, quando sabemos de políticos sérios que integram o PT tocantinense. José Salomão, ex-prefeito de Dianópolis, e atual candidato a deputado estadual, tem ficado à margem desse embate partidário. É um dos nomes que carrega ética e seriedade para a sigla. E por isso mesmo tem hoje o respeito do eleitor do sudeste tocantinense, e não é por causa do PT (felizmente), mas sim pelo conhecimento que o povo tem de seu trabalho. O que reforça que o eleitor não vota mais em partidos, mas em nomes. Partidos servem apenas para somar tempo de TV. (Com informações do Portal CT)