O uso do marketing político em redes sociais
Tocantins 24h
Falar de hábitos reprováveis não é nada muito fácil. Ao contrário, é bastante complicado. Ninguém assume suas más condutas. Todo mundo gosta de enaltecer as suas boas práticas.
Por  *Alberto Valle

Definitivamente, ninguém deve mesmo se regozijar de erros, pois se já são considerados assim é porque têm a reprovação social. E variam de época e de lugares. Seria inimaginável um cumprimento com beijo no rosto de uma muçulmana em um homem, tão comum aqui no Ocidente.

Esses exemplos ficam no campo individual, mas algumas condutas coletivas precisam ser tratadas com mais delicadeza ou urbanidade.

Na disputa por espaço a gentileza passa longe. Quando se vai entrar num ônibus, metrô ou trem, as pessoas agem com selvageria. Quem é mais fraco é esmagado. Em muitos casos a culpa não fica bem definida. Uns aproveitam do aperto para empurrar os demais; outros não têm condições de evitar o esbarrão; e alguns reclamam achando que aquela vítima, que está prensando, também é um aproveitador. A barbárie é tão sem limite que as pessoas não conseguem descer, em função de disputa por lugares de pé.

Os espaços reservados aos deficientes em garagens e em transporte público são desrespeitados permanentemente. Já virou até brincadeira nas redes sociais que o melhor remédio para dormir é sentar num espaço reservado, pois a maioria finge dormir para não ceder a uma pessoa que teria direito.

Criar ações de marketing político nas redes sociais já é o sonho de vários candidatos este ano, mas a pergunta é: Será que eles estão preparados? Se for levar em consideração o que vimos nas últimas eleições podemos dizer que não.

Parece que os candidatos entenderam que marketing eleitoral nas redes sociais seria apenas jogar para o formato digital, peças criadas para o marketing convencional e na verdade não é assim.

A criação de uma campanha política nas redes sociais na verdade é o segundo passo de uma decisão anterior, a de ter uma presença digital séria e bem estruturada.

O uso das mídias sociais em uma campanha eleitoral é uma complementação de outras ações de presença digital como, por exemplo, a criação de um site ou blog onde o candidato possa apresentar seu perfil detalhado, ideias, propostas e programa de governo.

O fundamento do marketing político nas redes sociais

O marketing político nas redes sociais parte do pressuposto da criação de um relacionamento mais próximo entre o candidato e seu eleitorado. É essa a ideia das mídias sociais, criar um canal rápido, fácil e barato para que o candidato possa dialogar com os eleitores e vice-versa. É essa última parte que faz toda a diferença nas campanhas de marketing eleitoral nas redes sociais; o retorno do candidato para os eleitores.

Uma campanha eleitoral nas redes sociais só faz sentido se houver plena consciência por parte do candidato e sua equipe, que questionamentos nesse canal precisam ser respondidos, ou seja, é vital que haja interação entre as duas partes. O eleitor atual exige uma resposta para seus questionamentos e o silêncio por parte do candidato é um sinal imediato de desrespeito com esse eleitor, o que joga por água abaixo todo o trabalho de marketing político nas mídias sociais.

As interações com os eleitores através das redes sociais são uma fonte inesgotável de sugestões e novos pontos de vista que retroalimentam a campanha de marketing eleitoral. É através delas que o candidato e sua equipe conseguem ter uma visão mais clara dos anseios da população e quais propostas são simpáticas ou não ao eleitorado. O marketing político nas redes sociais funciona como um verdadeiro termômetro da campanha fornecendo o melhor feedback que você poderia conseguir.

O marketing político nas redes sociais se apoia em dois pilares principais:

Interação – A troca de informações e opiniões entre candidato e eleitores. A construção colaborativa de uma proposta de governo através da participação dos eleitores

Engajamento – A participação dos integrantes da rede social na função de propagadores da mensagem de campanha. A criação de uma militância digital capaz de expandir o público impactado pelas mensagens enviadas e defender a proposta

As bases do marketing político nas redes sociais e sua importância na construção da presença digital de um candidato

Redes sociais no marketing eleitoral

Como já disse em outro artigo, conta no Twitter não elege ninguém, o que elege é uma ação planejada e estreitamente relacionada com as outras frentes de campanha. O marketing político na Internet exige participação ativa do candidato e sua equipe. Criar um perfil nas redes sociais não significa ter uma participação nessa rede, pois a participação em mídias sociais se dá através da interação e engajamento.

Por isso, ao pensar em marketing eleitoral nas redes sociais esteja certo de ter o compromisso e condições de interagir com os eleitores e cultivar o engajamento, caso contrário, não será uma ação de marketing político nas redes sociais, mas apenas uma edição digital dos santinhos de campanha.

*Por Alberto Valle, diretor da Academia do Marketing

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