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Cerca de 9 mil pessoas lotaram o Espaço das Américas, pagando ingressos que iam de R$ 150 a R$ 540. Flyers anunciando a chegada de Roberto a Las Vegas, no próximo dia 6 de setembro, e anúncios no telão vendiam os pacotes para a temporada que ele fará no MGM Grand Garden Arena, na capital americana dos jogos de azar (palavra que Roberto preferiria que não fosse escrita nem pronunciada, por conta de suas superstições). Também se anunciava o recém-lançado "coffee table book" de Roberto, livro de arte lançado pela Toriba Editora, que custa R$ 6,5 mil.
Havia referências às polêmicas envolvendo o comercial de TV que Roberto gravou para o frigorífico. Um cartaz dizia: "Você sabia que... Ao contrário do que muitos pensam, o Rei já não era totalmente vegetariano há muitos anos. Consumia aves, peixes e ovos - adorava frutos do mar?".
Emerson Fittipaldi, na segunda fila do show, foi obrigado a fazer mais de 70 selfies com fãs em fila para fotografá-lo consigo. A banda veio sem o pianista Antônio Wanderlei, que toca há 45 anos com Roberto (o maestro Eduardo Lages cumpriu a função, muito elogiado pelo cantor), mas teve a adição de um novo percussionista, Luiz Rabello.
Roberto entrou às 22h47 e o roteiro seguiu rigorosamente o dos últimos 700 shows do cantor, com o mesmo repertório. Só uma pequena inclusão, que já estava no seu show de fim de ano para a TV Globo. Taças de champanhe foram distribuídas para a primeira fila antes que Roberto cantasse Champagne, portentoso sucesso romântico de Peppino di Capri, a "nova" canção.
Mas as fãs do Rei não esperaram a senha de Jesus Cristo e invadiram o gargarejo antes de Champagne, o que deixou Roberto meio contrariado - afinal, é uma canção que requer intimismo e silêncio. Ele mandou as fãs várias vezes calarem suas bocas, mas não adiantou. Chegou mesmo a resmungar com elas, mas ao final declarou seu amor incondicional por aquela relação tão extremada.
A sofisticação melódica e a voz de Roberto Carlos continuam impecáveis. Entretanto, ele deixa os fãs com água na boca quando inclui canções que contém arranjos mais funkeados, menos óbvios (ou menos batidos), como em Ilegal, Imoral ou Engorda. "Nunca fui inocente. As pessoas pensam que sou inocente. Sou bonzinho, mas não inocente", ele disse, ao comentar sobre seu repertório de natureza erótica.
O show de Roberto Carlos segue no Espaço das Américas neste sábado e domingo.