João Alexandre Borba/Master Coach Trainer e Psicólogo
É durante a juventude que as pessoas começam a ter um autoconhecimento melhor, e, normalmente expressam a vontade de liberdade e independência, apesar de, na maioria das vezes, ainda estarem muito imaturos para isso, - e essa forma de expressão se dá por meio da agressividade ou do isolamento “no seu próprio mundo”.
Segundo Borba, apesar de ser difícil, os pais precisam manter um equilíbrio na educação dos filhos quando eles chegam a essa fase: “é nessa hora que os jovens querem ir para o mundo e sentir-se livres, porém, é preciso dar para eles uma dose certa de acolhimento e de liberdade. Crianças que foram muito livres correm mais riscos de serem adultos sem limites, mas, ao mesmo tempo, aquelas que foram protegidas demais, nunca deixarão de ser crianças no seu íntimo. E ambos os excessos causam problemas”, exalta o especialista.
Os pais precisam respeitar a identidade do jovem que esta querendo se abrir, e isso inclui a escolha da profissão, a orientação sexual e demais questões que podem vir a aparecer. “Os jovens gostam sim de contrariar os pais, mas nem tudo o que eles fazem é para isso. A intenção mais profunda não é contrariar, mas sim, procurar entender e se adaptar às mudanças ocorridas nesta fase. É uma fase bastante complexa e muito mal interpretada. Em poucos anos a criança abandona sua posição infantil e recebe uma série de mudanças bio-fisiológicas. Seu corpo se transforma em uma velocidade muito maior do que a velocidade mental e emocional. Isto explica a necessidade dos adolescentes em viverem testando comportamentos e novas ideias. É importante neste momento uma conversa mais aberta e que os pais possam perceber e aceitar a despedida de sua criança. É muito comum os pais se preocuparem com a carreira do jovem, procurando enquadrá-lo em teorias e mais teorias sobre a vida e como se sustentar. Alguns pais chegam a se desesperarem ao verem seus filhos tendo escolhas completamente diferentes das suas. Se eles desejam seguir uma carreira diferente é porque se sentem mais felizes fazendo aquilo, ou que estão buscando se encontrar em uma profissão, e não apenas para deixar os pais decepcionados ou brabos, conforme muitos chegam a afirmar. É preciso dar esse espaço para que a identidade emergente possa criar”, comenta Borba.
Tanto os jovens quanto as pessoas ao seu redor, principalmente a família, devem estar cientes de que essas “crises” passam com o tempo e que tudo volta ao normal, porém, isso não significa que o jovem não deve ser orientado positivamente. “É normal que os adolescentes sintam-se inseguros consigo mesmos, e, muitas vezes eles não se sentem confortáveis para conversar sobre os seus problemas com seus pais ou familiares. Por isso, o apoio de amigos, e principalmente professores e psicólogos pode ajudar na formação e resolução de problemas desses jovens. Na adolescência os grupos passam a ser um espaço especial para o jovem. No grupo ele pode compartilhar e trocar suas experiências, sentindo-se parte de uma estrutura também diferente de sua família, e que irá acolhê-lo e aceita-lo. Os pais precisam entender que a fase de mudanças mais veloz se encontra na adolescência. O grau de transformação emocional e bio-fisiológico é muito grande, desorganizando a antiga criança que agora terá de lidar não só com um novo corpo, assim como uma nova maneira de desejar. É o primeiro passo para sexualidade adulta.” Conclui.
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