A dança da oposição tocantinense
Tocantins 24h

Vamos do começo dessa legislatura. Talvez eu não responda quem é oposição (verdadeira) ao Governo do Estado, mas pelo menos tentarei expor as situações políticas e, talvez, você (leitor) possa enfim tirar suas conclusões.
Por Carlos Furtado

No dia primeiro de fevereiro de 2011 dois candidatos disputavam a presidência da Assembléia Legislativa: Solange Duailibe - PT e Raimundo Moreira - PSDB. Vale destacar que os oposicionistas elegeram 15 deputados estaduais (62,5%) contra 9 (37,5%) da base do Palácio Araguaia. Articulações, que eu entendo como negociatas, mudaram o cenário, e no primeiro dia de fevereiro, quando tomaram posse já eram 12 governistas contra 12 opocisionistas. Incrível!

Com os 9 deputados eleitos na base governista foram "agregados" o deputado Raimundo Palito (PP), eleito na oposição, mas foi o primeiro a aderir ao governo, desrespeitando os votos recebidos. e os dois deputados petistas: José Roberto e Amália Santana.

O PT (sempre ele), capitaneados por Donizeti Nogueira, fechou "acordo" com o governo e, ao contrário de votar na deputada petista Solange Duailibe, preferiu o candidato governista. O PT que poderia ter a presidência da Assembléia, se contentou com alguns cargos. Será? Você acredita mesmo nisso? O certo é que Solange manteve a candidatura.

A oposição (na época) apostava no empate, e com isso poderiam conseguir assentos na mesa diretora. Mas alguem da oposição votou a favor do governo e Raimundo Moreira venceu por 13 votos.

O deputado Iderval, que era oposição, assumiu que votou no candidato governista por erro. Segundo ele, estava cansado e não "enxergou a cédula direito". E desta maneira começou a atual legislatura.
A dança dos 

Interesses

Após a eleição de Raimundo Moreira, a Assembléia ficou dividida em 13 deputados dizendo amém para o governo Siqueira Campos, e onze resistindo na oposição. Com o passar do tempo deputados insatisfeitos, ou por interesses políticos, mudaram de lado. 

Luana Ribeiro (PR) que começou apoiando Siqueira, ao se aproximar as eleições de 2014 declarou ser oposição. Outro político siqueirista, Marcelo Lélis (PV), que na sua candidatura a prefeitura de Palmas era o candidato governista, anda anunciando que "poderá se afastar do governo e deixar sua base para se tornar independente, e ir para a oposição". Isso parece coisa de político em cima do muro. Ameaça, para ver se tem atendida suas reivindicações.
O atual presidente da Assembléia, Sandoval Cardoso (PSD), que era oposição, após alguns acordos assume a Secretaria das Cidades e do Desenvolvimento Urbano, "a pedido" do governador. E torna-se o candidato governista para presidir a Assembléia. Hoje é defensor do governo Siqueira Campos.

Os deputados Wanderlei Barbosa (PEN), Josi Nunes (PMDB), Manoel Queiroz (PPS), Solange Duailibe (PT), Eli Borges (PMDB) e Sargento Aragão (PPS) permaneceram fiéis na oposição, honrando assim os votos que receberam para exercerem essa função. Em alguns momentos esses seis paladinos da oposição recebem a adesão, mesmo que temporária, de outros parlamentares: Luana Ribeiro (PR), Marcelo Lélis (PV), que vai-e-volta, Freire Junior (PSDB) que uma hora é líder do governo, outra é oposição, desfilam na arena oposicionista.

O certo é que em cada momento que alguma crise atinge o governo, alguns deputados debandam para oposição para tentar fugir do desgaste governista. Portanto leitor-eleitor ouçam e analisem bem os discursos dos candidatos, que usam palavras oposicionistas para agregar votos e se elegerem-reelegerem.

As eleições 2014 estão chegando, é hora o eleitor saber como atuam nossos deputados para saberem em quem votar, ou não.

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